quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A troca do Neném sem pai nem mãe.



No país da gambiarra, as pessoas ainda fazem fubá por coisa pouca. Não entendo muito bem o porquê, mas elas fazem. Diz que ontem, a juíza do Ceará deferiu a liminar para que todos os alunos prejudicados pela troca dos cabeçalhos na folha de respostas do ENEM tenham direito de refazer a prova. Pera lá. Refazer?

Fiquei pensando cá comigo: qual foi a troca tão prejudicial, dona juíza? Fui checar e veja você, que, como eu, já não está nem aí para o ENEM e sabe que, no país da maracutaia braba, só se engana quem quer: as questões de 1 a 45 eram de ciências da natureza e as questões 46 a 90, de ciências humanas, mas estavam identificadas de forma invertida na folha de respostas. Pergunta: e-da-í? O MEC já ofereceu aos alunos que marcaram as respostas ao contrário a possibilidade de solicitar a correção invertida, não foi? Pronto, . Finito. O nego começou com uma possibilidade e terminou com duas. E o nego cabeçudo, que não tem idéia de qual a diferença entre ciências humanas e da natureza, porque todo humano vem da natureza, não vem, tia?, ainda vai ter a chance de acertar alguma coisa na sorte, por favor, Seu MEC, nem inverte não. E asno que a Roma vá, asno volta de lá.

Mas não. O legal é fazer escândalo e chorar em rede nacional,  remelando bem na frente da câmera que é para dar aquela dramatizada, ou se vestir de palhaço e protestar na frente da Universidade Federal do seu Estado. Isso sim. E eu que era do tempo em que legal, legal mesmo, era prestar vestibular para passar na faculdade. E saber que ciências humanas não tem nada de natural. 

(E eu que era do tempo em que quem acertava, acertava também invertido).

A verdade verdadeira é que não tem muito o que se faça com esse Neném. Agora, é criar como se fosse seu, primo. Ou pedir para destrocar, que veio, mas é a cara do padeiro.

[para Fernando Haddad, Ministro da Educação].

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