sexta-feira, 25 de março de 2011

Post-devaneio: O Alienista em Hollywood.




Está mais do que provado: Hollywood tem mais doido que na Casa Verde do Simão Bacamarte. Haja doido varrido. Difícil é achar alguém do tapete vermelho que não seja fora da casinha. Ano que vem, deveriam inventar uma nova categoria de Oscar: o da sanidade.

Parece que a última moda do zoológico é o Charlie Sheen: alcoólatra, violento, viciado em entorpecentes, e um dos atores mais bem pagos da indústria. Pelo menos ele não vê problema em divulgar a receita: atirar na ex-namorada acidentalmente, bater na mulher intencionalmente e ser visto todos os dias com mocinhas da vida do Colorado. Não necessariamente nessa ordem. Ah, e claro, tem o marketing extra. Que ser o palhaço do circo não basta, tem que divulgar. As aparições públicas de eu juro que estou limpo acompanham cigarro e copo supersize de mais de litro de whisky. Super crível, o rapaz. Mês passado, para explicar o ocorrido do The Plaza Hotel, lá foi ele para o Good Morning America: Don't you worry you’re gonna die? Dying is for fools. I’m different. I’m me. E bingo para egomania!

Nada de novo. As bizarrices sempre estiveram lá, no mundo, na televisão. O melhor exemplo de a arte imita a vida. Tragicomédias protagonizadas pelas pessoas mais ricas e famosas do mundo. Ou melhor, dos Estados Unidos, a Casa Verde do mundo. Pois quem não se lembra de quando o Michael Jackson apareceu no 60 minutes dizendo que não via nada demais em dormir com criança? A vontade era de gritar, reformula, Michael, reformula! Melhor que isso, só a Whitney na Diane Sawyer: crack is cheap. I make too much money to ever smoke crack. We don't do crack. We don't do that. Crack is wack. Boa, Whitney, que drogada e preconceituosa numa frase só é para poucos. Entrevistas inesquecíveis. E ninguém ficou menos famoso por causa disso.* Agora, será que ficou mais?

Causa para ou conseqüência do sucesso, potatoes potato's, ou nehuma das opções, a loucura, nas suas formas mais variadas, está toda lá, no micro-universo das celebridades doidas de pedra.

E a verdade é que, um ou outro, maluco é maluco, e, assim como o Charlie Harper e a exemplo de todas os famosos com parafuso a menos, Sheen deveria se internar e procurar uma terapeuta. Só não vale a clínica Betty Ford ou a Sarah White: the naked therapist, respectivamente. (Dizem que a maluca cobra 150 dólares por uma sessão inicial via webcam, e 450 por uma sessão chega mais. De um jeito ou de outro, o relevante é que ela tira a roupa toda durante a hora de divã. Ouvi um cara dizer que achou a idéia fantástica, porque ao invés de ficar enganando a si mesmo e ao psicanalista falando de como se sente impotente na vida, o sujeito vai lá, tira a calça e já manda a real: acho que tenho o negócio pequeno. Aí, depois do “tetê-à-tetê” com a psicóloga, sai vencedor do consultório e com uma única instrução: faça com a vida o que você acabou de fazer comigo). Só sei que se eu fosse terapeuta recomendaria ao Sheen que largasse a vida de Charlie Harper e pedisse ao papai um cargo de assessor do presidente no West Wing. Se colar ele personifica e, de bon vivant, vira burocrata. Ou dá no mesmo?

É verdade também que, um ou outro, celebridade é celebridade. E enquanto para eles barraco é glamour, aqui, na vida real, quem pisa na bola acaba na superlotação do Presídio Central, que, combinemos, não tem nada, nem de Casa Verde, nem de tapete vermelho.

* Para diversão nas horas muito, mas muito vagas, os tais vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=h5aSa4tmVNM
http://www.youtube.com/watch?v=UKti-AjG2w4
http://www.youtube.com/watch?v=UrnEcMZQD3E

Um comentário:

  1. Claramente vc não tem tigerblood! ahaha mas concordo, hollywood não é para pessoas normais! Por isso mantenho como meus ídolos os personagens, e nunca os atores!
    (que trampo pra comentar aqui!!!)

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