terça-feira, 15 de março de 2011

Oprah-bama.


 


Falemos de amenidades, que de tsunami oriental o governo japonês, ou melhor, a Band News, cuida. É que andei lendo por aí, em tudo quanto é jornal e revista americanos, antes do flood jornalístico do tsunami, que enquanto o presidente faz um estica e puxa para lidar com a rotina presidencial, a patroa tem sido, sem malabarismos, um arraso de primeira-dama.

Segundo pesquisas norte-americanas, Michelle Obama tem aprovação popular substantivamente maior do que a do marido. E olha que o cara é simpático, não é não? Tão simpático, mas tão simpático, que seria melhor garoto propaganda do que presidente. [Um amigo disse, certa vez, que achava que o Obama, de pequeno, era o garoto dos cigarrinhos de chocolate Pan, ao que outro amigo respondeu impossível!, que a marca é brasileira e posar com cigarros, ainda que de mentirinha, não pegaria nada bem para um aspirante a presidente. Mas que parece, parece mesmo*].

Fiquei pensando o que é que a primeira-dama tem que Jackie Kennedy e Nancy Reagan não tinham. Porque, diferente do marido, nunca achei a mulher lá muito simpática, confesso. É uma figura elegante per se, vá lá. Transmite algo de segura, algo de inteligente, algo de freqüentei Princeton e Harvard, isso sim. Mas até aí, as outras todas também. E se o ponto é estilo acima de substância, fico com a elegância da Jackie Onassis e as pernas da Carla Bruni. But that’s just me.

Ocorre que os aplausos exagerados parecem não envolver apenas o quesito alta couture. Que além de ter aparecido duas vezes na lista dos mais bem vestidos da Vanity Fair, Dona Obama foi listada pela Essence como uma das 25 Mulheres mais Inspiradoras do Mundo. Pois é. Do-mun-do-to-do.

O que dizem por aí é que, diferentemente das demais, Michelle O. tem um “quê” de popular, de Evita depois do sol da Bahia. Melhor ainda, de Oprah. Fora o canal próprio de televisão, é claro. Que canal com as iniciais do nome só a Oprah e o Eike Batista, porque haja narcisismo, minha gente.

Parece que o apelo do tête-à-tête é tão grande que nem a vovó Elizabete resistiu, e acabou colocando o braço nas costas da primeira-dama, em rara demonstração pública de afeição, segundo um porta-voz anônimo do Buckingham Palace. Se bem que depois que o Bush piscou para a velha naquele discurso atrapalhado de boas-vindas na Casa Branca, acho mesmo é que a coitada desencanou de todos e quaisquer protocolos reais quando em terras norte-americanas. (Pois que o mesmo porta-voz anônimo disse que, depois do encontro com os Obama, a Rainha foi vista em uma loja do Cheesecake Factory comendo um 10-inch Wild Blueberry. Com a mão. Do lado do Justin Bieber).

Rumores à parte, dizem ainda que a primeira-dama é de um engajamento sem limites. É projeto para tudo quanto é gosto. O mais famoso é aquele contra a obesidade infantil, que incentiva a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos pelas crianças americanas. Só sei que se a Michelle Obama tiver a metade do azar da Sarah Palin, uma das filhas fica obesa até o fim desse ano. Análoga e hipoteticamente, será que se isso acontecer o Obama desiste da presidência? Vai chover Double Quarter Pounder com extra cheese no mailbox da Casa Branca! Cortesia do povo americano.

Bom, se a moça é tudo isso mesmo ou se os americanos estão forçando a barra na tentativa de curar a frustração causada pela performance presidencial de meia-tigela, não se sabe. O que se sabe bem é aquilo que está escrito em letras garrafais na página da White House barra first-lady ponto gov: advogada, esposa, mãe, e a serviço do povo

E diz ainda que ela só come alimentos orgânicos. Michelle, ensina essa dieta para a Oprah. Ah, e Whatever you do, don't touch the Queen. Que além de pegar mal, faz que deixa a velha confusa.


* Para ilustrar a alusão, o cigarrinho presidencial:

 

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